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Suplementação de vinagre de maçã: vale a pena experimentar?

Uma nova tendência, que estimula o consumo de pastilhas de vinagre de maçã, promete melhorar uma série de condições de saúde

Por Marcela De Mingo
Atualizado em 30 ago 2023, 17h33 - Publicado em 11 set 2022, 08h00

As redes sociais não medem esforços ao criar novas tendências de saúde e bem-estar e uma das mais recentes que encontramos por aí foi a dos suplementos de vinagre de maçã. É isso mesmo! Como se não bastassem as suplementações de vitamina D, vitamina B12 e até mesmo cálcio e ferro, agora também precisamos de vinagre de maçã. 

Mas calma! Antes de você sair correndo atrás de um vidrinho desse famoso tempero, ou de buscar por aí as pastilhas que vê no TikTok, vamos entender melhor porque ele se tornou tão popular nas redes sociais. 

O QUE É E PARA QUE SERVE O VINAGRE DE MAÇÃ? 

Originalmente, o vinagre é produzido a partir do processo de fermentação – são leveduras produzindo etanol a partir de açúcares -, seguido pela acetificação, quando bactérias do ácido acético oxidam o etanol. 

“O vinagre de maçã, especificamente, é obtido a partir da acetificação da sidra, que é o produto de fermentação alcoólica da maçã”, explica Gisele Cirilo, nutricionista da Casa de Saúde São José

A fermentação é o que torna o vinagre de maçã um produto tão interessante para a saúde. Segundo a profissional, ele contribui para a saúde intestinal e possui um grande potencial antimicrobiano, ajudando no tratamento de infecções, como a candidíase, e é um ótimo diurético. 

“Ainda reduz os picos de insulina e auxilia no controle da glicose por ser rico em ácido acético, que controla a absorção de carboidratos”, diz Gisele. “É rico em polifenóis e, por isso, reduz o estresse oxidativo do organismo.”

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Outro ponto importante é considerar a origem desse vinagre: a maçã. Segundo o nutricionista Thiago Monteiro, o Nutri Fofo, a fruta tem um ótimo valor nutritivo e, por isso, o seu vinagre também. “É uma boa fonte de antioxidantes, pois tem compostos fenólicos, e também apresenta vitaminas, minerais, cálcio, potássio e fósforo. Mas sempre dou preferência para a ingestão da fruta”, diz. 

Existem estudos que, hoje, mostram um efeito discreto desse vinagre também em algumas doenças crônicas e melhora na hiperglicemia, além de redução nos níveis de colesterol e triglicerídeos e até na diminuição do risco de doença de Alzheimer. 

SUPLEMENTO DE VINAGRE DE MAÇÃ: VALE A PENA? 

Toda suplementação precisa de um motivo para acontecer. E isso, claro, só um profissional nutricionista pode determinar, segundo as necessidades fisiológicas de cada paciente. 

Desconfortos intestinais, baixa glicemia e outras questões associadas aos benefícios do vinagre de maçã podem, não necessariamente, serem tratadas por conta desse produto, mas a partir de uma dieta rica em fibras

“Os estudos sugerem que uma dieta saudável de frutas e vegetais verdes contendo combinações fenólicas vão ajudar nisso. Ou seja, provavelmente o efeito não é do vinagre, ou não somente ele”, explica Thiago. “Por isso que eu sempre reforço a importância de uma alimentação rica em verduras, legumes e frutas para a saúde. Isso é mais importante que qualquer suplementação. É o seu estilo de vida e o padrão da sua alimentação.”

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Além disso, como as evidências sobre o vinagre de maçã ainda precisam de estudos mais robustos, o nutricionista não recomenda o consumo desses suplementos. Gisele levanta outro ponto importante sobre o assunto: 

“O vinagre de maçã pode causar desconforto em pessoas que possuem sensibilidade a alimentos ácidos e/ou com esofagite, refluxo gastroesofágico, gastrite e úlcera”, diz. 

A recomendação de uso do vinagre de maçã varia conforme o gosto de cada um – considerar o sabor é importante, por exemplo. De 1 colher de chá a 1 colher de sopa por dia, mediante acompanhamento nutricional, costuma ser a recomendação de base. 

“Pode ser usado para temperar saladas, em receitas. Não é necessário tomar em jejum, nem nenhuma estratégia mirabolante. É um produto saudável, natural, mas não podemos esperar nenhum milagre pelo seu consumo”, finaliza Thiago. 

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