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Jejum intermitente pode alterar o cérebro, aponta estudo

Pesquisa na China apontou que esse tipo de dieta gera mudanças na atividade de regiões do cérebro relacionadas à obesidade

Por Ana Paula Ferreira
27 jun 2024, 20h00

O jejum intermitente é um tipo de alimentação que ainda rende muitas dúvidas. Por esse motivo, é comum que, constantemente, surjam novos estudos científicos sobre o tema.

Recentemente, uma nova pesquisa chinesa publicada no periódico científico Frontiers in Cellular and Infection Microbiology mostrou que o jejum intermitente que se abstém cerca de 16 até 24 horas de comida, ingerindo apenas água, café e chá, pode levar a mudanças no cérebro.

Influências do jejum intermitente no cérebro

No experimento, foram analisados 25 voluntários obesos por 62 dias. Todos fizeram a dieta de jejum intermitente e além de eliminarem, em média, cerca de 7kg ou quase 8% do peso corporal, as evidências ainda apontam mudanças na atividade de regiões do cérebro relacionadas à obesidade e na produção de bactérias intestinais.

De acordo com o médico neurocirurgião, neurocientista e professor livre docente da Faculdade de Medicina da USP, Fernando Gomes, as mudanças observadas no estudo comprovam a ligação no eixo intestino-cérebro.

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“Ainda não se sabe ao certo quem influencia quem, mas as alterações na atividade cerebral – detectadas através de exames de ressonância magnética funcional – ocorreram em regiões que atuam na regulação do apetite e do vício, que acontecem na área cerebral do giro orbital frontal inferior”, ele explica.

“Foram observadas, ainda, alterações do microbioma intestinal, analisadas através de amostras de fezes e medições de sangue”, completa.

Os cientistas responsáveis pelo estudo acreditam que o microbioma intestinal se comunica com o cérebro de uma forma complexa e bidirecional, já que observaram que o microbioma produz neurotransmissores e neurotoxinas que acessam o cérebro através dos nervos e da circulação sanguínea.

“Isso nos comprova, então, que o jejum intermitente, além de ajudar na perda de peso, pode auxiliar para que o cérebro trabalhe mais a favor do controle alimentar e, assim, evitar as compulsões por alimentos em excesso, que levam a obesidade”, finaliza o médico.

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