Não é de hoje que a creatina se tornou a queridinha da vez quando se fala em musculação. Porém, apesar de sua popularidade, muitas pessoas não fazem ideia de como usá-la, para que ela funciona, se ela emagrece, entre outras dúvidas bastante comuns.
De acordo com Jorge Jamili, endocrinologista especialista em medicina preventiva e regenerativa, a creatina é uma substância produzida endogenamente pelo corpo, a partir de três aminoácidos: metionina, glicina e arginina.
“Ela é armazenada principalmente nos músculos e no cérebro, e é transformada em fosfocreatina dentro das células desses órgãos. Essa substância, por sua vez, é utilizada na formação do ATP, que é responsável pela produção de energia no corpo”, explica ele.
Sendo assim, a suplementação de creatina, consequentemente, tem como maior benefício a produção de energia.
“Os órgãos mais ricos em creatina são o cérebro e os músculos, que são os principais consumidores de energia do organismo. Assim, isso significa que a suplementação pode aumentar o desempenho esportivo”, explica o médico.
Além disso, como explica Jamili, a substância também pode ajudar no ganho de massa muscular. Isso ocorre com o aumento da formação de ATP e a prática regular de exercícios, promovendo a hipertrofia muscular.
Benefícios da creatina para o treino
De acordo com o médico, para obter resultados eficazes com a creatina, é necessário combiná-la a uma rotina de treinos regular.
“Recomenda-se tomar de 30mg a 60mg de creatina por quilo de peso corporal antes do treino, misturada com suco de frutas e evitando o consumo de cafeína nesse período. Nos primeiros cinco dias, pode-se dobrar a dose, especialmente para vegetarianos e veganos”, ele indica.
Já no caso de quem quer emagrecer, o especialista desmistifica a informação popular de que a creatina tem efeito direto na perda de peso. Contudo, a longo prazo, ele afirma que ela pode sim auxiliar no emagrecimento devido à hipertrofia muscular causada pelo exercício.
Efeitos colaterais e contraindicações
Estudos científicos indicam que, quando utilizada nas doses corretas, a creatina não apresenta riscos ou efeitos colaterais. “No entanto, é importante ressaltar que o uso de qualquer suplemento proteico pode sobrecarregar o fígado e os rins em indivíduos suscetíveis ou com doenças nessas regiões”, salienta o endocrinologista.
Quanto à segurança a longo prazo, o médico afirma que estudos também indicam que a substância pode ser utilizada por períodos prolongados, desde que seja respeitada a dosagem e não haja sobrecarga nos fígados e rins.
“Não há contraindicações específicas para o uso de creatina, e não existem evidências científicas de que ela possa causar danos aos rins. No entanto, pessoas que utilizam altas doses de proteínas na alimentação e/ou suplementação podem apresentar níveis elevados de marcadores de sobrecarga renal, como a uréia e a creatinina”, finaliza Jorge Jamili.
