Caldo de ossos: o que é, para que serve e como fazer em casa
Assim como o nome aponta, o caldo de ossos é feito a base da cocção de ossos de animais e oferece uma série de benefícios para a saúde
Alimento com baixíssimo índice de carboidrato e alto teor de proteínas, o caldo de ossos é uma bebida feita a base da cocção de ossos de animais e que promete oferecer uma série de benefícios para a saúde, especialmente para quem sofre com inflamação do intestino.
Para conhecer melhor sobre esse alimento e esclarecer todas as dúvidas, consultamos a nutricionista integrativa Bianca Bonete, especialista em modulação intestinal e autora do livro “A Revolucionária Dieta do Caldo de Ossos”.
Veja, a seguir, tudo o que você precisa saber sobre essa bebida!
Tudo sobre caldo de ossos
O que é o caldo de ossos?
É um alimento milenar, muito nutritivo, que sacia a fome, é rico em aminoácidos, colágeno e outras proteínas responsáveis pelo bom funcionamento do organismo. Por tudo isso, ele promove a saúde intestinal, perda de peso e a melhora da saúde e aparência da pele.
Este caldo é utilizado, inclusive, como alimento terapêutico, para trazer conforto e ajudar na cura de várias condições de saúde. Lembra da canja da vovó quando a gente ficava doente? É o mesmo conceito. Há comprovações científicas e estudos que mostram que os nutrientes presentes no caldo de ossos contribuem de verdade para essa recuperação.
Resumindo, o caldo de ossos é uma bebida nutritiva de baixa caloria, quase zero carboidrato, cheio de proteínas e tem o tipo mais puro de colágeno que existe! Vale dizer que ele não quebra o jejum, então pode ser consumido por quem faz jejum intermitente, por exemplo. É também muito utilizado na dieta cetogênica, na low carb e na paleolítica.
Quais seus benefícios?
O caldo de ossos melhora a saúde da microbiota intestinal. Sabe aquele cansaço inexplicável que você sente, a má digestão, ganho de peso, a queda de cabelo e as micoses recorrentes? Esses são sintomas clássicos de inflamação do intestino, mas muita gente não sabe disso. Aí, quando você equilibra a microbiota intestinal, os benefícios acabam se espalhando por todo o corpo.
Funciona assim: os aminoácidos presentes no caldo de ossos – principalmente um chamado glicina – são como “tijolinhos” que ajudam a reconstruir as paredes de um intestino inflamado. Para resumir em uma frase, o caldo de ossos promove a desinflamação. Ele restaura as paredes do intestino para que volte a absorver os nutrientes que consumimos na alimentação. A partir daí tudo funciona melhor, não apenas o intestino, mas a pele fica mais bonita, o cabelo mais forte e por aí vai.
Os resultados estéticos vêm quase como um brinde, um bônus. Você perde peso mesmo, sem sacrifício e de forma muito saudável.
Como, quando e por quem ele pode ser consumido?
É importante dizer que o caldo de ossos não é uma sopa. Ele tem propriedades que nenhuma sopa tem, a não ser que seja feita com o caldo de ossos, e pode ser consumido puro, como entrada, complemento e até como substituto de uma refeição ou lanche.
Qualquer pessoa pode consumir o caldo de ossos, pois não há contraindicações. Porém, gestantes ou pessoas com problemas prévios de saúde devem conversar com seus médicos para encontrar a melhor forma de incluir na rotina.
Na minha experiência de consultório, tenho acompanhado homens e mulheres a partir dos 35, 40 anos que se sentem cansados, se queixam de má digestão depois das refeições, ganho de peso e dificuldade para emagrecer. Essas pessoas chegam com essas queixas e dizendo se sentirem “envelhecidas”. Muitas acham isso normal, que é a idade chegando. Só que isso pode não ter nada a ver com a idade.
É verdade que cada caso é um caso, mas todos esses sintomas podem estar relacionados ao intestino e à dificuldade de absorção dos nutrientes nele. Para essas pessoas, o caldo de ossos é uma excelente bebida. O caldo também é recomendado para quem sofre com síndrome do intestino permeável.
Independente do protocolo que se siga, acho importante ressaltar que o consumo do caldo deve respeitar o ciclo de regeneração do nosso corpo. O intestino tem um ciclo de renovação celular de 21 dias. Então, se você toma o caldo um dia e depois só toma de novo dali três meses, você não vai experimentar os benefícios de quem toma por 21 dias consecutivos.
Como fazer o caldo caseiro?
Há várias receitas para se fazer o caldo de ossos, mas eu gosto mesmo daquelas do tempo da vovó.
Você precisa selecionar ossos e cartilagens de boa procedência, daquele frigorífico que você conhece. O ideal é que venham de animais criados livres, em pasto. Então, em uma panela comum bem grande, eu coloco mais ou menos 1kg desses ossos – pode ser de boi, frango, peixe ou cordeiro. Acrescento uma cebola grande cortada ao meio, com casca e tudo, uns 4 dentes de alho amassados com a casca também e duas folhas grandes de louro. Se quiser, pode ainda colocar umas duas cenouras e talos de aipo cortados grosseiramente, mas não é obrigatório.
Uma dica é acrescentar uma colher de sopa de vinagre de maçã que ajuda a extrair os minerais dos ossos. Daí eu cubro tudo com água filtrada e levo ao fogo baixo por entre 8 a 12 horas, evitando a fervura. O segredo é que quanto mais tempo o caldo demora cozinhando, mais rico e nutritivo ele ficará. Tem gente que deixa o caldo cozinhar por 24 horas mesmo! Depois de cozido, deixe esfriar e então coe. Ele pode ser consumido em até 5 dias, armazenado em geladeira e em até 6 meses, se congelado.
Existem opções de suplementos ou caldos prontos? Se sim, como usar?
Sim! Aqui no Brasil, já se encontra o caldo de ossos em duas versões: congelado ou em pó. Os caldos prontos trazem duas excelentes vantagens. Uma delas é a praticidade, porque, como falei, o caldo de ossos demanda muito tempo de cozimento. O que vem pronto, precisa descongelar e aquecer. Já o caldo em pó, por exemplo, é muito prático e fácil de transportar – porque ele vem em saquinhos, um sachêzinho como o de sopa pronta, sabe? Você dilui em água quente e está pronto para beber.
Além da praticidade, eu recomendo o caldo de ossos pronto também pela padronização. Você nunca sabe se seu caldo caseiro está certo, se tem a quantidade adequada de nutrientes, porque isso depende da qualidade dos ossos e do tempo de cozimento. Já aqueles que vêm prontos são padronizados. Eles trazem no rótulo todas as informações nutricionais, inclusive a quantidade de proteínas presentes. Isso é muito importante para garantir a saciedade e a nutrição.
E, por fim, existem caldos de ossos bem gostosos no mercado, que lembram o gosto de canja, remetem a este aroma e sabor, quase uma comida afetiva!
Há alguma contraindicação?
Nenhuma contraindicação, pelo contrário. Para quem faz jejum intermitente e treina, por exemplo, o caldo é um ótimo aliado. Você pode tomar uma caneca do caldo e ir para sua academia. Estará nutrido sem quebrar seu jejum!