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Dicas para identificar azeite adulterado

Profissional compartilha algumas orientações que podem ajudar a descobrir se o produto foi fraudado ou se é indicado para comprar

Por Ana Paula Ferreira
Atualizado em 2 Maio 2024, 13h54 - Publicado em 25 abr 2024, 16h00
Profissional indica sinais de que o azeite pode ser adulterado
Profissional indica sinais de que o azeite pode ser adulterado (Freepik/Divulgação)
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Em março deste ano, o Ministério da Agricultura e Pecuária determinou o recolhimento de dez marcas de azeite de oliva extra virgem de circulação em Saquarema (RJ), São Paulo (SP), Recife (PE) e Natal (RN), após identificar um esquema ilícito de importação e distribuição de azeite adulterado.

No total, foram apreendidos 104.363 litros de azeite de oliva fraudados e de diversos tipos de rótulos e embalagens que, além da composição desconhecida, tinham produção e comercialização em condições higiênico sanitárias impróprias em estabelecimento clandestino, causando risco à saúde pública e concorrência desleal.

Não dá para negar que, diante da alta nos preços dos azeites atualmente, é normal buscarmos opções que ofereçam melhor custo benefício. Contudo, nem sempre os produtos com valores mais baixos são de qualidade.

Mas como saber se o azeite não foi fraudado? A seguir, Pedro Calazans, diretor comercial da Selecionados Uniagro, que importa para o Brasil azeites de diversos países, como Tunisia, Espanha, Chile , Argentina, Italia, compartilha algumas orientações que podem ajudar.

Como escolher um azeite de qualidade?

De acordo com o profissional, a melhor forma de saber se você está adquirindo um bom azeite é provando o produto. Porém, é claro que na hora de comprar, isso não será possível, então a primeira dica é escolher o melhor tipo.

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“O recomendado é sempre buscar pelo azeite de oliva extra virgem, que é o de melhor qualidade. Existe também o azeite de oliva puro e o óleo de bagaço e azeitona, porém, a melhor qualidade mesmo é o azeite de oliva extra virgem”, ele aponta.

Checar a garrafa do produto também é uma forma de descobrir se ele é ou não uma boa opção para compra. Para começar, você pode conferir no rótulo o índice de peróxidos, que mede a quantidade de oxigênio ativo no azeite, atestando sua condição de conservação inicial.

Como explica o blog Olivapedia, a unidade de medida é o meq O2/kg, que significa “miliequivalente de oxigênio ativo por quilograma”. Então, para o azeite extra virgem, o índice de peróxidos deve ser no máximo, 20 meq/kg.

Outro ponto para ter atenção é o nível de acidez: no Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento considera que o azeite de oliva é extra virgem quando possui acidez de até 0,8%, sendo denominado simplesmente como virgem quando a acidez se encontra acima de 0,8% e até 2%.

“Ele também deve ser embalado na origem de produção, para manter a característica organoléptica [características percebidas por nossos sentidos, como paladar e olfato]. O ideal é a azeitona ser colhida durante a manhã e o azeite já ser processado durante a tarde, para ter uma redução do impacto da oxidação da azeitona e ter sempre um azeite mais fresco”, completa o profissional.

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Por fim, Calazans também orienta conferir a origem de fabricação e de envase, para saber se ambos foram realizados no mesmo local, e a data de fabricação, uma vez que, quanto mais novo ele for, melhor. “Com o passar dos anos, o azeite, mesmo dentro da garrafa, vai perdendo um pouquinho de sua qualidade, podendo perder toda sua potência e sabor”, completa.

Dá para saber se o azeite foi adulterado?

Pedro Calazans  afirma que, quando temos um azeite muito clarinho ou transparente e com o cheiro mais forte, de óleo, provavelmente se trata de um produto suspeito.

“O azeite extra virgem tem uma cor mais uniforme, mais concentrada, podendo ser mais para o verde ou amarelo. É uma cor que não é transparente. Ele também não tem um cheiro forte como um óleo composto, por exemplo”, ele explica.

“Então, ao comprar no supermercado, que não dá para provar o produto para saber se é adulterado ou não, o ideal é que utilize a questão da avaliação da garrafa, como indicado anteriormente”, conclui.

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