Continua após publicidade

Alimentos ricos em ferro e a importância desse nutriente para o corpo

Spoiler: ele é essencial para a síntese de DNA e para o pleno funcionamento do metabolismo, mas não só; entenda

Por Juliana Vaz
1 Maio 2023, 08h07
Os melhores horários do dia para você comer seus alimentos preferidos
 (Anna_Shepulova/Thinkstock/Getty Images)
Continua após publicidade

Consumir alimentos ricos em ferro é muito importante para a saúde geral.

O ferro é essencial para fortalecer o sistema imunológico e transportar nutrientes. O composto ferro-proteína faz aumentar em 65 vezes a capacidade do sangue de transportar oxigênio. Ou seja, o ferro é essencial para essa função, para a síntese de DNA e para o pleno funcionamento do metabolismo

Além disso, o ferro previne a anemia, promove melhora cardiovascular – por ser parte formadora de proteínas chamadas mioglobinas –, favorece a imunidade e para a saúde da pele, por auxiliar na produção endógena de colágeno e elastina.

Existe um constante e complexo ajuste entre a entrada e a saída de ferro do organismo, pois sua concentração no corpo não é fixa. Quando a perda de ferro é maior que o consumo, ocorre uma diminuição nos depósitos de ferro (ferropenia), redução das reservas (ferritina baixa) e desenvolvimento da anemia ferropriva (redução da hemoglobina).

Continua após a publicidade

FERRO HEME E NÃO-HEME

Existem dois tipos de ferro: heme e não-heme. 

O ferro heme é proveniente de fontes animais e é mais facilmente absorvido pelo organismo. Ele está presente em carne vermelha; fígado; ovos; peixes

Continua após a publicidade

O ferro heme é mais fácil para o nosso corpo absorver e é entre 14% e 18% biodisponível em dietas mistas, com consumo de vegetais e carnes. O ferro não-heme, fonte de ferro em dietas vegetarianas, tem uma biodisponibilidade de 5 a 12%, sendo absorvido pelo intestino em maior porcentagem (10 a 30%) do que o ferro não heme.

O não-heme pode ser encontrado em fontes vegetais como em verduras folhosas de cor verde-escura, como couve e espinafre, e leguminosas, como feijão, ervilha e lentilha. 

Uma pesquisa feita pelo cientista de nutrição Paul Sharp, da Universidade King’s College London, no Reino Unido, mostra que o consumo de fontes de vitamina C facilita a absorção do ferro pelo organismo. 

Continua após a publicidade

Assim, para que este ferro que ingerimos diariamente esteja disponível quando precisarmos, uma proteína tem papel fundamental: a ferritina. Ela é produzida pelo fígado e funciona como principal reserva de ferro do organismo e pode ser encontrada em todas as células, “estocando” as moléculas de ferro para serem usadas na produção de hemoglobina.

De acordo com estudo publicado pela Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, adultos a partir de 19 anos: O requerimento de ferro para homens de 19 anos ou mais é de 8 mg/dia e para mulheres é de 18 mg/dia dos 19 aos 50 anos e de 8 mg/dia para mulheres a partir de 51 anos. Sim, mulheres tendem a ter mais deficiência de ferro, principalmente por conta da menstruação, que homens. 

FERRO E TIREÓIDE

Continua após a publicidade

O ferro é responsável na síntese do hormônio tireoidiano, explica o endocrinologista. E a deficiência de ferro pode impactar a função da glândula tireóide

 “Então, se existe uma deficiência de ferro, provavelmente também diminui a fabricação do hormônio da tireoide e seu transporte no organismo. E também o inverso também é proporcional. Isso pode desencadear ou agravar o hipotireoidismo. É preciso dar bastante atenção aos níveis desse micronutriente: às vezes o paciente tem os mesmo sintomas do hipotireoidismo subclínico, sente fraqueza, cansaço, tem queda de cabelo, mas ele tem um exame laboratorial normal e não tem tanta alteração assim. Por isso às vezes a gente nem precisa repor o hormônio tireoidiano, às vezes só de repor o ferro já melhora muito a vida do paciente”.

REPOSIÇÃO DE FERRO

Continua após a publicidade

Podem ser feitas de algumas formas, de acordo com o endocrinologista: injetável, venoso, uma vez por semana –  em alguns casos, até mais vezes. Via oral, em comprimido. “Porém os pacientes costumam relatar muito enjoo. A versão em comprimido mastigável que pode provocar menos deste efeito colateral, mas pode acontecer”. 

Mas assim como a deficiência de ferro pode prejudicar o corpo, o excesso destes componentes também pode trazer malefícios para o bom funcionamento do organismo. Qualquer medida ou tratamento deve ser orientado por um profissional da saúde, de acordo com a individualidade de cada paciente, portanto ao sinal de qualquer sintoma procure um médico.

SINTOMAS DA DEFICIÊNCIA DE FERRO

Yago Fernandes, médico atuante em endocrinologia da equipe Nutrindo Ideais (@NutrindoIdeais) explica que os sintomas da deficiência de ferro comuns são:

  • Fraqueza
  • Sensação de exaustão – o tempo inteiro se sente muito cansada
  • Sonolência
  • Diminuição do rendimento cognitivo
  • Frequência cardíaca muito acelerada, aquela sensação de palpitação
  • Dor de cabeça
  • A queda de cabelo é comum – e muita gente não faz essa associação. 

ALIMENTOS RICOS EM FERRO

Géssica Ortiz, nutricionista do Instituto Nutrindo Ideais (@NutrindoIdeais), indica os seguintes alimentos para incluir na alimentação e garantir boas doses de ferro:

  • Carne bovina magra: patinho, coxão mole/duro, músculo, alcatra, fígado bovino;
  • Frutos do mar: mariscos a vapor, ostra cozida;
  • Atum;
  • Farinha de aveia;
  • Figos secos;
  • Vegetais verde-escuros (brócolis, espinafre e couve);
  • Leguminosas (grão-de-bico, lentilha, ervilha e feijão);
  • Tofu;
  • Algas (kombu, wakame);
  • Cereais integrais (aveia, quinoa);
  • Castanha de caju;
  • Sementes de gergelim e abóbora.

Vale ressaltar que o café e o chá verde contêm compostos que interferem na absorção de ferro e de zinco. Compostos do chá, chamados de taninos, podem aderir aos minerais e reduzir a capacidade do copo de absorvê-los.  O ferro do feijão, por exemplo, não combina com a cafeína. Uma xícara de café reduziu em 39% a absorção de ferro de uma refeição de hambúrguer, segundo estudo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition.

Publicidade