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Mais de 60% das pessoas buscam uma alimentação restritiva, aponta pesquisa 

Levantamento revela alta procura de brasileiros por dietas isentas de glúten e/ou lactose, low carb, vegetariana e vegana 

Por Larissa Serpa
5 jul 2022, 12h25
Mulher come prato de salada.
 (Twinster Photo/Thinkstock/Getty Images)
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Ao longo dos anos, a forma como os brasileiros têm se alimentado vem sofrendo mudanças constantemente. Atualmente, devido ao fácil acesso e acompanhamento de notícias, muitas pessoas têm se conscientizado quanto aos hábitos de consumo alimentar, que quando mal desenvolvidos, podem acarretar no surgimento de doenças. Um estudo realizado com brasileiros, pelo Bake and Cake Gourmet, plataforma de receitas e cardápios saudáveis, revela que mais de 60% dos brasileiros estão em busca de uma dieta restritiva. 

A pesquisa foi realizada através da plataforma e contou com a participação de 863 pessoas, no período de 15 de novembro de 2021 a 20 de março de 2022,  com o intuito de identificar os hábitos alimentares dos participantes.  Os dados apontaram que a maioria dos brasileiros já adota ou está em busca de uma alimentação saudável e “restritiva”. 

Reduzir o consumo de carboidratos, dieta que normalmente está relacionada à perda de peso, foi a mais procurada durante o período, apontada por 26% dos respondentes. “Muitas pessoas desistem de seguir uma dieta com poucas calorias, quando não encontram diversidade de pratos, o que acaba frustrando quem deseja aderir a esse tipo de alimentação”, comenta Cris Muratori, fundadora da plataforma. 

Os intolerantes ao glúten (celíacos) e à lactose também representam uma parcela significativa da população e procuram por novas opções de cardápios, pois de acordo com o levantamento, 22% dos respondentes buscavam por cardápios para uma dieta com ausência dessas substâncias.“Além da doença celíaca e da intolerância à lactose, algumas pessoas têm adotado dietas sem farinha e sem leite como uma opção de alimentação”, sinaliza Muratori.

Os movimentos do veganismo – que prega o consumo de alimentos que não tenham origem animal – e o vegetarianismo – que exclui o consumo de carne – também têm ganhado força entre os brasileiros. De acordo com a pesquisa realizada pelo Bake and Cake Gourmet, 13% dos respondentes estão em busca de uma alimentação vegana, enquanto 11% buscam uma dieta vegetariana. 

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PERIGOS DE SEGUIR UMA DIETA RESTRITIVA

“As pessoas chamam a comida de ‘boa’ ou ‘ruim’ todos os dias. Essa prática é prejudicial porque moraliza o que você come de uma maneira muito fácil de aplicar a si mesmo. Ele faz as pessoas se sentirem como se fossem boas ou ruins com base em suas escolhas alimentares, mas não é o caso”, diz a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez. “Uma das respostas mais comuns à culpa dos alimentos é sair do controle. Se as pessoas comem um bolinho, pensam que estragaram tudo e isso pode ser um gatilho para o descontrole: elas pensam que se já jogaram a dieta de hoje fora, podem comer ainda mais”, diz ela. “Isso pode levar a consumir mais calorias do que você faria se apenas tivesse curtido comer algo saboroso sem ser tão emocionalmente carregado”, afirma a médica.

Além de terem consequências para sua saúde (como a queda de energia e queda capilar, no caso da dieta sem carboidratos, por exemplo), as dietas restritivas podem vir acompanhadas de “recompensas” após atingir a meta ou por “estar no caminho certo”, se permitindo comer besteiras ou coisas fora da dieta. E, então, vem a sensação de culpa, seguida pela ideia de que você colocou tudo a perder, afinal, já comeu um chocolate e agora pode comer mais doces.

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